consigo sentir dentro das veias uma aragem fina um silêncio branco alastrando
enchendo adocicando os leitos que inundam as margens do rio coração
aqui duas sombras ali duas sombras e atrás da montanha
mais duas andorinhas
ou gaivotas, conforme a hora do dia
grasnam esperanças vivas
ainda envoltas nas suas frescas escamas
sento-me na rocha do planeta que sou gigante
tomo o pulso ao fio de pesca
sinto o palpitar a tremer no desejo
a tensão surpreendida por dois buracos de água
abertos no centro da galáxia pessoal
giram espirais
na massa dos sentimentos mas o silêncio pressiona como um rolo
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