mergulho afundo
olhos dedos apalpo-me por dentro
avanço sem medir as raízes
a minha árvore medita no meio da floresta
atravesso o mundo nas galochas da infância
pés encostados aos mindinhos da inocência
embalados na descoberta alegre das coisas
a máquina do mundo abrindo as suas gavetas
de repente o que é isto o que se passa
uma massa esponjosa vermelho veludo uma tontura
a vida oferece-me o coração em primeira mão desde que há vida
deixo-me levar pelo susto ou embalo no extâse
a escolha é a mãe da experiência sussurram pirilampos
inseminando pequenas palavras luminosas no interior dos galhos
as minhas artérias ressentem-se revolvem-se recriam-se
eu agora em pé em frente ao coração
eu agora nú em frente ao coração
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