quinta-feira, 22 de julho de 2010

máscaras chamas
































bem entre os mamilos o meu vulcão

de sonhos incompletos explode

as suas máscaras em chamas e eu

dispo o uniforme não sou bombeiro

que chegue para tamanha floresta troncos

plantas que se alimentam das carnes da ilusão

viro os meus dentes contra mim dou pequenas

dentadas nos meus defeitos inventados

na grande fábrica de defeitos da humanidade

consigo roer a ponta das minhas garras diminuir

o tamanho das minhas mãos e tudo isto

mergulhado num lago de silêncio quase

manso como a pele indomada das asas

do anjo vindo para me despir os falsos

propósitos a vida respira por entre

os meus fantasmas desmonta o torno

que me aperta os pulmões

e ri-se na minha cara de criança

assustada pelas idades dos adultos sim

sou o meu próprio pai o meu próprio filho

a minha própria criação à solta

nos prados da infância por ganhar

sou uma corrida dois galgos gémeos

longilíneos galgando-me os tecidos

do coração por dentro das máscaras

das chamas do cheiro forte a ilusão queimada

os bichos caninos correm até gastar as patas

vislumbro um coto o viço de uma raíz a querer

brotar das minhas entranhas sou eu ?



sim peço perdão sinto muito amo-te

e cumpro os rituais da gratidão humana mas

quem sou eu podes dizer-me?

para onde olham estes olhos perplexos

falta-me talvez algum espaço entre as células

que deixam respirar os mistérios







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