bem entre os mamilos o meu vulcão
de sonhos incompletos explode
as suas máscaras em chamas e eu
dispo o uniforme não sou bombeiro
que chegue para tamanha floresta troncos
plantas que se alimentam das carnes da ilusão
viro os meus dentes contra mim dou pequenas
dentadas nos meus defeitos inventados
na grande fábrica de defeitos da humanidade
consigo roer a ponta das minhas garras diminuir
o tamanho das minhas mãos e tudo isto
mergulhado num lago de silêncio quase
manso como a pele indomada das asas
do anjo vindo para me despir os falsos
propósitos a vida respira por entre
os meus fantasmas desmonta o torno
que me aperta os pulmões
e ri-se na minha cara de criança
assustada pelas idades dos adultos sim
sou o meu próprio pai o meu próprio filho
a minha própria criação à solta
nos prados da infância por ganhar
sou uma corrida dois galgos gémeos
longilíneos galgando-me os tecidos
do coração por dentro das máscaras
das chamas do cheiro forte a ilusão queimada
os bichos caninos correm até gastar as patas
vislumbro um coto o viço de uma raíz a querer
brotar das minhas entranhas sou eu ?
sim peço perdão sinto muito amo-te
e cumpro os rituais da gratidão humana mas
quem sou eu podes dizer-me?
para onde olham estes olhos perplexos
falta-me talvez algum espaço entre as células
que deixam respirar os mistérios
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