oh fada das fogueiras travo doce no amargo da garganta
tens-me atravessado na tua espinha amorosa sem rédeas
onde os mundos largam as suas águas e os partos chovem
sem fim à vista por cima das nossas cabeças recém-nascidas
que preces são essas que castigos nos obrigam
a abraçar a luz do mundo ?
oh fada das fogueiras as tuas chamas iluminam ao queimar
as minhas ressequidas razões antigas as tuas chamas
acendem cristais junto ao tenro do miolo
disparam diagonais contínuas à cabeça
e eu rodopio atrás da minha cauda de cachorro
sim eu ladro e eu canto os meus próprios hinos e ganidos
mandados fazer no glorioso país da loucura ainda imberbe
ainda por podar selvagem livre como fruta ardendo
na boca das árvores tu fada das fogueiras
tu guerreira das nuvens incandescentes
tu domadora dos descrentes rasgas-me
ao alto a casca do peito e lambes
o doce recheio da ferida
como fazem os gatos ao curar
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