sexta-feira, 9 de outubro de 2009

HOJE








hoje é outra vez

hoje

o tempo é isto

um hoje enorme

com braços que se estendem a toda a parte

minutos-ventosas de polvo luz gigante

com ficheiros arquivos armários de memórias

que não acabam apenas

mudam de gaveta

cada gaveta arruma

a sua própria dimensão

há gavetas com minutos que são anões giratórios

à volta da minha própria branca de neve

há gavetas armários inteiros com maçãs vermelhas onde

sou a minha própria ilusão trincada

o meu próprio conto de fadas

tornado real

como cada segundo que passa

e fica preso

fora da órbita do tempo

observo-me dentro de cada segundo-caixa

Aí sou o primeiro

ser que foi

aliás

É





Sem comentários: