hoje é outra vez
hoje
o tempo é isto
um hoje enorme
com braços que se estendem a toda a parte
minutos-ventosas de polvo luz gigante
com ficheiros arquivos armários de memórias
que não acabam apenas
mudam de gaveta
cada gaveta arruma
a sua própria dimensão
há gavetas com minutos que são anões giratórios
à volta da minha própria branca de neve
há gavetas armários inteiros com maçãs vermelhas onde
sou a minha própria ilusão trincada
o meu próprio conto de fadas
tornado real
como cada segundo que passa
e fica preso
fora da órbita do tempo
observo-me dentro de cada segundo-caixa
Aí sou o primeiro
ser que foi
aliás
É
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