sem querer todos os dias planto uma árvore a floresta
cresce em densidade abre espaço nas minas
subterrâneas do peito posso extrair
minutos e metais preciosos, carícias
que hibernavam como grandes ursos solitários
quase gigantes mansos selvagens sonolentos amorosos
soterrados por camadas de cavernas transparentes
oh que mundos me encobrem outros mundos
de onde vêm todas estas formas de vida ?
afloram mindinhos delicados , pequenos sinos tranquilos
assomam a sua gentil cabeça ao mínimo som
vindo da flora do coração entre os mamilos
ontem aventurei mais dois passos pegadas
sensações gato das botas
na selva branca perigosamente virgem de O Amor
é como levitar por cima de um ringue de gelo
um chão de cristal onde dormem todas as nossas lágrimas
todas as nossas alegrias de humanos entregues
ao grande parto do mundo cheio de filhos folhas pequenos
insectos certezas doçuras dúvidas mãos entrelaçadas
fazendo juras em nome da grande bússola
que regula o grande elevador
sobe e desce os magnetismos cardíacos
as pistas por onde circula a tristeza e a loucura
perfurando o tempo em direcção à redenção
amorosa de O Amor
ontem aventurei mais dois pés deslizantes sem corrimão
oh capitão do meu grande lago desconhecido à beira-querida
oh grande lago mãe do mundo , quanto mais água mais espanto
esse ontem já não existe, dissolveu-se no momento
em que foi nomeado e no entanto
hoje sou um animal mais vivo mais rápido mais lento
mudo de nome todos os dias à medida de cada árvore
recém nascida
ontem hoje eu e o tempo
um funeral por cada minuto uma festa
um nascimento
1 comentário:
o outono é uma epoca mágica...
:)
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