terça-feira, 13 de outubro de 2009

O GENERAL







um pequeno vendaval irrompe

no meio da manhã


sinto muita agitação

nos interiores do corpo

por baixo da manta de pele

inúmeras fadas tentam em vão proteger-me

das farpas dos neurónios

em ataque descontrolado sob o imperial

comando de sua excelência O general O medo


seu exército vendaval não é hoje muito grande

é apenas um pequeno vendaval mas um vendaval

que se preze volta sempre

à casa materna


e se a água é mole ou a cabeça dura

é tema que não posso tratar agora enquanto

tenho as armas ainda por limpar

penduradas a tiracolo

foi tudo o quê ?


coisas de infância que afloram

disfarçadas de coisas de agora


uma princesa destituída ou não

cavalga nos ares do norte

e todas as minhas coroas de cavaleiro

da corte estremecem

quando me falta a chucha

ponho-me a combater

combater defender



o quê ?

nada


um vazio

icognoscível

irreconhecível

pelas máquinas de detectar

as mundanidades


as princesas devolvem-me à morte

dizem as fadas em surdina

ou então a mim próprio

que é a mesma coisa


no espelho mágico posso ver inúmeros reflexos

todas as minhas faltas

experimentadas À nascença


todo o meu grande General

a armar-me cavaleiro

dO medo


da morte


o mesmo repetido general

ainda que por vezes debaixo de outras capas

com menos garbo com menos estrelas

menos pergaminhos e brazões

menos impressionantes


mas nem por isso menos

eficazes


sobretudo quando atacando

em bando, como as formigas




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