um pequeno vendaval irrompe
no meio da manhã
sinto muita agitação
nos interiores do corpo
por baixo da manta de pele
inúmeras fadas tentam em vão proteger-me
das farpas dos neurónios
em ataque descontrolado sob o imperial
comando de sua excelência O general O medo
seu exército vendaval não é hoje muito grande
é apenas um pequeno vendaval mas um vendaval
que se preze volta sempre
à casa materna
e se a água é mole ou a cabeça dura
é tema que não posso tratar agora enquanto
tenho as armas ainda por limpar
penduradas a tiracolo
foi tudo o quê ?
coisas de infância que afloram
disfarçadas de coisas de agora
uma princesa destituída ou não
cavalga nos ares do norte
e todas as minhas coroas de cavaleiro
da corte estremecem
quando me falta a chucha
ponho-me a combater
combater defender
o quê ?
nada
um vazio
icognoscível
irreconhecível
pelas máquinas de detectar
as mundanidades
as princesas devolvem-me à morte
dizem as fadas em surdina
ou então a mim próprio
que é a mesma coisa
no espelho mágico posso ver inúmeros reflexos
todas as minhas faltas
experimentadas À nascença
todo o meu grande General
a armar-me cavaleiro
dO medo
da morte
o mesmo repetido general
ainda que por vezes debaixo de outras capas
com menos garbo com menos estrelas
menos pergaminhos e brazões
menos impressionantes
mas nem por isso menos
eficazes
sobretudo quando atacando
em bando, como as formigas
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