estou suspenso
num fio de algodão doce
as nuvens atravessam-me
o tempo dentro do corpo
os olhos deslumbram lágrimas
sou homem, sei agradecer mas
sou uma máquina de não compreender
disseram-me que antes de haver pessoas
um arco íris já brotava em cada núcleo
uma vénia já dançava em cada célula
eu olho para mim
e só vejo coisas que não sei dizer
mas estou de pé e deixo passar o mundo
deixo que as pessoas me atravessem
como pólen dentro do corpo
sorrio e murmuro embevecido
agradecendo o meu sopro
será pouco ? se for
sinto muito