o dia chega ao fim da sua longa dinastia
e começa a dar a curva para o outro lado
perdura no ar o travo salgado
do justo esforço já desnatado
entretanto a noite chega
e despe os seus veludos
secretos chuveiros começam a tecê-las
o colchão arranca junto ao chão mas
o sono vai subindo com pés mudos
atravessa o tecto e rente às estrelas
colhe os sonhos mais polpudos