segunda-feira, 17 de maio de 2010

peito, floresta



a floresta inteira da amazónia

avança sobre o meu peito selvagem


sou índio à beira da catástrofe: vi um coração

maior que o meu

os diques seguram sentimentos de cimento

mas nesse momento desmoronam-se em lágrimas

que produzem uma espécie de electricidade amorosa


cai chuva e são pétalas cor de rosa


toda a civilização que tenho armada sobre o corpo

está ameaçada

são vias de extinção sou eu

em frente à minha derrocada

és Tu coisa que vi

a mandar-me encostar, sair da viatura

e começar a vida toda de novo




2 comentários:

Noémia G disse...

Olá Paulo
Já visitei o teu blog e não resisti a comentar este poema. Os teus poemas estão carregados de sensações e provocam-nas a quem os lê, pelo menos a mim. São ou não as sensações o que nos agarra à vida?
Continua a poetar porque poetas precisam-se.
Beijos Noémia

. disse...

espantoso.