toda a tua alma sangra amor
selvagem
os olhos soltam luz e
lágrimas a boca
não diz o que não pode
dizer-se a não ser
boa viagem meu amor fizemos
tudo
o que pudemos e soubemos
enquanto
uma alegria intensa
atravessada pela mágoa
confunde as explicações já
fora de época
somos apenas corações rugindo
pureza
pulmões abrindo e fechando
sementes
caules corolas e polpas de
afectos
gargantas pedindo algumas
sílabas
para diluir as contradições
dentro
da taça da aliança sagrada
honro-te o fogo e a vida que
agora
dispara para outro castelo
os tempos suspendem-se
a verdade transforma-se
da árvore da vida nascem as
raízes
de outra vida renovada
outra luz
outra alvorada