segunda-feira, 12 de abril de 2010

primavera



Reparei na porta fechada : fiquei lá dentro

Aprendi a calar, ensinaram-me

Mas depois da última carruagem do silêncio

Apareceu um pássaro : 1 pássaro !

O alvorecer do coração:

Olha, bebe!, disse ele

As maravilhas voaram dentro de grandes chávenas de loiça

Olha, bebe!, disse o coração

Era um pássaro

Era a infância

Dentro de grandes chávenas de loiça

Disse o pássaro








1 comentário:

aluzdascasas disse...

Oh Paulinho, ainda bem que me convidaste a visitar esta tua luminosa casa, porque eu já andava com saudades da tua escrita. Desde o último livro de poesia.
Era uma saudade estética e ética.
Gosto da forma como inventas para as palavras novos berços e novos discos voadores.
Ardeu um pouco, docemente, ler as palavras sobre o "acontecimento do pai", mas acho que esta noite quando for à minha varanda antes de dormir, ver o rio e o céu, procurarei a estrela do teu pai e vou dizer-lhe que partilhamos o mesmo filho/amigo e que sorte que nós temos!
E vou contar-lhe destas palavras, caso ele não as saiba ainda.
Um abraço de amiga feliz por teres escolhido estar aqui ao mesmo tempo que eu e por Seres.