O QUADRO CENTRAL
to brené brown
& the power of vulnerability
Porque estamos aqui aqui aqui aqui?
perguntam estes anjos
que acordam dentro de mim.
Porque descemos por dentro da tua carne recheada de
sonhos e carícias?
Porque acordamos nas tuas mãos ligadas à boca que
deseja
o Mundo em forma de SIM?
E achas que eu sei?, perguntei
Antes nada sabia e agora nada sei.
Descemos para vir fazer a pequena e a grande
ligação
arranjar o quadro central do universo, unir o que está disperso
e dar graças ao amor, o único electricista
capaz de ligar o circuito interior
do grande colosso em forma de coração.
Consegues? Sentir a ligação? Consegues ou não?
Tu és o teu próprio cientista (disse o
anjo estelar
secreto especialista em poesia cardio-vascular)
deixa que te mostre o direito e o avesso do princípio e do fim
(e, num segundo, ligou o circuito celular
do Mundo em form de SIM).
Antes destes anjos, nada sabia e agora nada sei
mas posso dizer que andei perdido e sondei
as pessoas do Mundo em forma de NÃO:
fala-me sobre
amor; e elas falaram de
coração partido
fala-me sobre pertencer; e elas
mostraram as marcas da exclusão
finalmente fala-me sobre ligação; e
elas falaram da dor da separação.
Quando preparava a minha última ceia, a via láctea derramou
o seu branco luminoso em cada meu canal em cada minha
veia
e nada de nada é fortuito, pensei, e reparei no inverso
do universo espelhado no curto-circuito.
Consegues sentir a ligação? Consegues ou não?
Não tenhas vergonha, disse ela segurando a minha mão
a vergonha é o medo da separação;
o medo de não ser não merecer não pertencer não
queiras
ser nada a não ser ligação ligação ligação
nada a não ser uma parte do todo fecundo
que somos nós todos ligados
ao grande SIM do mundo.
pintura de dora condessa
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